segunda-feira, 29 de janeiro de 2007




Campanha de sensibilização contra o RACISMO

A diferença tem direito a igualdade


A discriminação racial é um problema que, infelizmente, afecta a sociedade e as relações existentes entre as pessoas de todo o mundo já há bastante tempo.
A associação de estudantes resolveu escolher “O Racismo” para tema da primeira campanha de sensibilização, sendo um tema que nos toca e, além disso, é muito actual. O racismo é sem dúvida um assunto do qual se deve falar muito, realizar conferências para ver o que se pode fazer para melhorar a situação, que já esteve pior, fazer campanhas como faz a Benetton, por exemplo, que defendam a união das pessoas de todo o mundo, porque somos todos diferentes mas, ao mesmo tempo, todos iguais e irmãos. É um problema que deve ser discutido por todos vezes e vezes sem conta, deve ser debatido, analisado porque se pelo menos metade das pessoas do mundo se preocupassem em fazer algo para o resolver, era tudo muito melhor, embora nunca pudesse ser perfeito. Nós temos esperança que isto melhore, e achamos que tu também.
. Por isso, preocupem-se! Comecem a fazer algo para que, todos juntos, construirmos um mundo melhor...


O racismo é a discriminação de povos ou pessoas com base no preconceito da sua inferioridade, embora esse preconceito não tenha nenhum fundamento objectivo. Contudo, a discriminação racial, ao longo dos tempos, tem sido parte integrante das mais diversas ideologias e formas de organização social. Esta situação esteve bem clara em situações com, por exemplo, a escravatura em inúmeras civilizações, as judiarias no nosso país, no tempo da Inquisição, a perseguição aos judeus, ciganos e outros povos, levada a cabo por Hitler e o apartheid sul-africano. Ainda nos nossos tempos, o racismo se manifesta por todo o mundo, embora a sociedade seja cada vez menos influenciada por problemas deste tipo pois, pelo menos em Portugal, foi feito um estudo que revela que os jovens são ligeiramente menos racistas do que os mais velhos, o que é muito bom na medida em que pode ser sinal de que este problema está a começar a assumir menores dimensões, o que só beneficia o relacionamento entre os cidadãos e, consequentemente, contribui para o bem-estar de toda uma sociedade.
Mas afinal, como é que tudo isto começou? É simples: a procura da ordem no aparente caos do mundo vivo, levou os naturalistas a tudo quererem classificar. Para organizar essa enorme diversidade, criaram-se taxonomias em que a Natureza estava agrupado em reinos animal, mineral e vegetal. Obviamente, a espécie humana, não escapou a esta sistematização e foi também sendo dividida em raças, sub-raças, tipos e sub-tipos. Essas classificações eram feitas com base nas características físicas, como a cor da pele, a textura dos cabelos, o formato do nariz e da boca, a cor dos olhos, etc., e também utilizando técnicas muito mais sofisticadas, como medições do crânio para se obter o índice encefálico ou aquelas como a de W. C. Boyd, que tinham por base os grupos sanguíneos. No entanto, a variedade de taxonomias existentes, no que diz respeito a seres humanos, nunca permitiu à comunidade científica chegar a uma conclusão no que diz respeito ao número de raças existentes ou à sua designação.
O problema foi que se quis passar do conceito científico de raça para uma esfera ideológica, em que se começaram a desenvolver teorias racistas, pois a diversidade cultural é algo inquestionável e inclassificável e essas diferenças não deviam ter sido atribuídas à constituição física dos diferentes grupos de indivíduos, mas sim tentar explicá-las com base num conjunto de factores como os contextos geográficos, históricos e sociológicos em que cada grupo está inserido.
Estas ideias foram-se espalhando e até se pode justificar o porquê do racismo ter atingido uma dimensão tão perigosa na sociedade. Para as pessoas, é muito difícil entender que existem povos com outras religiões, outras culturas, outras formas de viver que, por vezes, não estão tão evoluídas como a nossa. Esses factos levam algumas pessoas a pôr na testa dos outros um letreiro com as palavras “ser inferior a nós” ou até mesmo “burro”, isto só por não conseguirem respeitar as suas ideias e forma de viver. Além disso, na época dos Descobrimentos, por exemplo, os povos descobridores utilizavam como desculpa para poderem escravizar as outras raças, sem ficarem com problemas de consciência, aquela ideia de que o outro povo era inferior e só por ter comportamentos menos civilizados do que o nosso, eram comparados a animais, estando mais próximos disso do que de serem pessoas. Na época da Segunda Guerra Mundial, o racismo atingiu dimensões nunca imaginadas pelo Homem, com o holocausto.
No entanto, a comunidade científica internacional nega a existência de raças e esta ideia está bem clara em várias declarações:
- Declaração de 1950: «Os graves erros que resultam do emprego da palavra “raça” na linguagem corrente levam a desejar que se renuncie completamente a este termo quando se aplica à espécie humana e que se adopte a expressão “grupos étnicos”.»
- Declaração de 1964: É realçada a inexistência de raças puras, realçando-se que «os diversos povos da terra parecem possuir iguais potencialidades biológicas para alcançar qualquer nível de civilização» e que «não existe nenhuma justificação para os conceitos “raças superiores” e “raças inferiores”».


Estas posições da comunidade científica, vêm a ser valorizadas em 1965, com a Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial, onde fica reconhecido que «as doutrinas da superioridade fundada nas diferenças entre raças são cientificamente falsas, moralmente condenáveis e socialmente injustas e perigosas e que nada pode justificar, onde quer que seja, a discriminação racial, nem em teoria nem na prática».
Ficava assim provado que ideias como «os negros não têm cabelos, mas antes, uma espécie de lã que se aproxima de pêlo; os orientais têm pequenos olhos de porco; os lapões são pequenos e atarracados, uns verdadeiros animais» ou «os chineses têm a testa larga, o rosto quadrado, o nariz pequeno, grandes orelhas e os cabelos pretos. São naturalmente amáveis e pacientes, mas egoístas e orgulhosos... Os negros são, em geral, bem feitos e robustos, mas preguiçosos, velhacos, bêbedos, comilões e porcos... Os habitantes da América são ágeis e ligeiros a correr, mas na sua maior parte são preguiçosos e indolentes e alguns muito cruéis» não estão correctas para a comunidade científica e têm de ser desfeitas porque, no fundo somos todos iguais, não somos nem superiores nem inferiores aos outros pois, apesar da existência de algumas diferenças físicas, devido à adaptação do corpo ao local onde vive esse grupo étnico, somos todos humanos e temos o mesmo sangue a correr nas nossas veias, por isso não pode existir discriminação racial, pois está cientificamente provado que as raças nem sequer existem.

De facto, o racismo vai contra todos os princípios, contra tudo aquilo que é justo, mas existem pessoas e organizações preocupadas com este problema, que fazem de tudo para o tentar resolver, destacando-se a ONU, Martin Luther King e Nelson Mandela, embora haja outras que são ou foram a favor da discriminação racial como Hitler ou Milosevitch. Nós somos daquelas pessoas contra o racismo e vamos tentar fazer sempre alguma coisa para resolver este problema pois, apesar de saber que sozinhos não conseguimos mudar o mundo, sabemos que todos juntos podemos fazer a diferença! Juntos contra o racismo!!

Declaração Universal dos Direitos do Homem<
A Declaração Universal dos Direitos do Homem é uma carta de princípios que foi proclamada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em 1948, onde se afirma a preocupação internacional com a preservação dos direitos humanos e se define quais são esses mesmos direitos.
Esta declaração surgiu como uma espécie de alerta à consciência humana contra as atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial. Desta forma, dá-se uma grande importância àquele que era o objectivo principal da fundação da ONU: a luta pela paz e pela boa convivência entre as diferentes nações, credos, raças e ideologias.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem enuncia os direitos civis, políticos e sociais de que devem gozar todos os seres humanos, sem discriminação de raça, sexo, nacionalidade ou de qualquer outro tipo, qualquer que seja o país onde habite ou o regime político nele instituído.
Verifica-se então um grande esforço por parte da ONU para combater o racismo. Contudo, apesar de todos os Estados-membros da ONU terem concordado com a Declaração, muitos são os que, alegada ou comprovadamente, continuam a não respeitar os seus princípios.


O direito à igualdade de tratamento e à não-discriminação é um dos princípios fundamentais do processo da integração europeia. O direito dos cidadãos à igualdade perante a lei e à protecção contra a discriminação são factores essenciais para o bom funcionamento das sociedades democráticas, sendo a defesa dos direitos fundamentais dos indivíduos e a luta contra o racismo uma importante base para o bom funcionamento de cada país, assim como as relações existentes entre os vários constituintes da EU.
O Tratado de Amesterdão vem reforçar o papel das instituições europeias que se dedicam a combater este fenómeno, que se torna, cada vez mais, num grave problema a nível mundial. Com a entrada em vigor deste Tratado, a comunidade europeia adquiriu competência para combater a discriminação relativamente ao sexo, raça ou origem étnica, religião ou crença, deficiência, idade ou orientação sexual.
Pondo em prática o artigo 13º deste Tratado, a Comissão propôs um pacote de medidas, designadamente legislação que proíbe a discriminação racial em qualquer país da EU. Actualmente, o quadro jurídico da comunidade inclui uma directiva que proíbe a discriminação com base em motivos de origem racial ou étnica no acesso ao emprego, à educação, à segurança social e aos cuidados de saúde, a bens de serviços e à habitação. A par da aplicação do artigo 13º, foi eleita como prioridade a integração da luta contra o racismo em todas as suas políticas, o que se tem revelado particularmente eficaz nas relações externas da UE com outros Estados, assim como na cooperação interna no âmbito policial e penal e também nas áreas do emprego, dos Fundos Estruturais Europeus, da educação, da formação e da juventude.

O Observatório Europeu do Racismo e da Xenofobia desempenha um papel igualmente importante no combate ao racismo. A sua função principal é estudar a amplitude e a evolução dos fenómenos do racismo, da xenofobia e do anti-semitismo na União Europeia e, em seguida, analisar as causas, consequências e efeitos, assim como formular conclusões e pareceres baseados nos dados recolhidos, para que estas sejam submetidas a uma apreciação das instituições europeias e dos Estados-Membros. O Observatório é, então, responsável pela constituição e coordenação de uma Rede Europeia de Informação sobre o Racismo e a Xenofobia (Raxen), que trabalha em parceria com os centros de investigação de universidades, organizações não governamentais e organizações internacionais ligados a esta área.


Homens que lutam pela igualdade
Apesar das atrocidades cometidas por alguns, outros preocupam-se exclusivamente com a defesa dos direitos do Homem, tentando sempre defender as raças consideradas por alguns “inferiores”, enfrentando tudo e todos para defender os direitos de pessoas que são postas de parte por aqueles que se acham “superiores”, só por terem um tom de pele diferente.
Essas pessoas merecem, por isso, ser recordadas e reconhecidas pelos esforços realizados pela luta contra o racismo e a união de todos os povos e raças…
Nelson Mandela (1918- )

Nelson Mandela nasceu no dia 18 de julho de 1918 em Umtata, na África do Sul. Formou-se em Direito e desde cedo deu início à sua actividade política. Com a implantação do regime de apatheid no seu país, no final da década de 40, assumiu a sua oposição à segregação e aos preconceitos raciais. Por causa disso, foi preso em 1962, tendo sido libertado apenas em 1990, pelo presidente Frederik Klerk.

Libertação de Nelson MandelaTornou-se então líder do Congresso Nacional Africano. A sua experiência de luta contra o apartheid, a sua postura de moderado no período de transição para uma ordem democrática não segregatícia e o seu objectivo de operar a reconciliação nacional, proporcionaram-lhe um grande prestígio, tanto no país, como no estrangeiro. É, provavelmente, o político com maior autoridade moral no continente africano, o que lhe tem permitido desempenhar o papel de apaziguador nas situações de maiores tensões e conflitos.
Em 1993, recebeu o Prémio Nobel da Paz, pelos esforços desenvolvidos no sentido de acabar com o regime de segregação racial.
Em 1994, tornou-se presidente da África do Sul, naquelas que foram as primeiras eleições multirraciais do país.
Martin Luther King (1929-19668)

Martin Luther King foi um líder da população negra norte-americana, viria a influenciar a declaração de inconstitucionalidade da segregação racial dos negros.
Entre 1960 e 1965, a influência de King atingiu o auge. Em 1960 foi preso e o caso assumiu proporções nacionais. A estratégia de liderar um movimento activo mas não violento levou à adesão de muitos negros e brancos liberais por todo o país, tendo sempre contado com o apoio de Kennedy.
Em 1963, organizou uma marcha pacífica em Washington pelos direitos humanos, na qual participaram mais de 200 000 pessoas.
Em 1964 foi aprovada a lei que acabou com a segregação racial e, no mesmo ano, recebeu o Prémio Nobel da Paz.
Em 1968, foi morto por um atirador quando estava na varanda de um hotel com alguns acompanhantes. No ano seguinte, James Earl Ray foi considerado culpado pela sua morte e condenado a 99 anos de prisão.
O Congresso americano votou a favor de um feriado nacional em sua honra, que começou a ser celebrado em 1986, na terceira segunda-feira de Janeiro.


Meu irmão
não tem cor
nem nasceu do ventre
da minha mãe
Não tem c or
mas tem olhos vidrados
pelo sofrimento
Olhos iguais aos meus.
Meu irmão não é branco
não é preto
não é mulato
não tem cor meu irmão.
Meu irmão não tem cor
habita todos os continentes
todos os subúrbios
tem coração grande
do tamanho da verdade
e futuro que é nosso.
Meu irmão tem olhos
marcados
chagados pelo
sofrimento e pela fome
sem ser branco, preto
ou mulato
nem amarelo sendo, também
não tem cor e apesar disso é meu irmão..

Associação de estudantes



Juntos pelo direito à igualde